Metodologia

Metodologia

Em termos gerais, no GEM, o empreendedorismo é definido como “qualquer tentativa de criação de um novo negócio ou nova iniciativa, tal como emprego próprio, uma nova organização empresarial ou a expansão de um negócio existente, por parte de um indivíduo, de uma equipa de indivíduos, ou de negócios estabelecidos”.

A recolha de dados do GEM abrange todo o ciclo de vida do processo empreendedor e a unidade de análise são os indivíduos envolvidos em atividades empreendedoras em diferentes estágios de desenvolvimento: indivíduos que empregam recursos para começar um negócio do qual esperam ser proprietários (empreendedores de negócios nascentes); indivíduos que são proprietários e gerem um novo negócio que proporcionou remuneração salarial por um período superior a três meses e inferior a três anos e meio (empreendedores de novos negócios); e indivíduos que são proprietários e gestores de um negócio já estabelecido e que está em funcionamento há mais de três anos e meio (empreendedores de negócios estabelecidos).

A seguinte Figura sintetiza o processo empreendedor e as definições operacionais do GEM.

O processo empreendedor e as definições operacionais do GEM

O GEM Angola afigura-se, assim, como uma mais-valia na identificação das especificidades da atividade empreendedora no país, o que poderá levar a uma melhor definição de metas de desenvolvimento e melhoria das políticas de fomento da atividade empreendedora existentes. Deste modo, o GEM Angola implica a recolha de dados utilizando: (1) Sondagem à População Adulta, através de um questionário padronizado, aplicado em todos os países participantes no GEM; e (2) Sondagem a Especialistas Nacionais ligados ao empreendedorismo em Angola.


O Empreendedorismo em Angola – Sondagem à População Adulta

A Sondagem à População Adulta é o primeiro instrumento metodológico de recolha de informação primária do GEM. A Sondagem à População Adulta é realizada junto de pelo menos 2000 indivíduos (com idades compreendidas entre 18 e 64 anos), residentes em Angola, utilizando um questionário padronizado, aplicado em todos os países participantes no GEM Global.

No contexto da avaliação da atividade empreendedora, o principal índice proposto pelo GEM é designado por Taxa de Atividade Empreendedora Early-Stage (TEA) de cada país participante. A TEA ilustra a proporção de indivíduos em idade adulta (entre os 18 e os 64 anos) que está envolvida num processo de start-up (negócio nascente) ou na gestão de negócios novos e em crescimento, em cada país participante.


Condições Estruturais do Empreendedorismo – Sondagem aos Especialistas Nacionais

Tendo por base a Sondagem aos Especialistas Nacionais, o segundo instrumento metodológico de recolha de informação do GEM, é possível traçar o panorama qualitativo das Condições Estruturais do Empreendedorismo (CEE) em Angola. As CEE dizem respeito a um conjunto de 10 condições que se relacionam diretamente com os fatores impulsionadores e os constrangimentos ao empreendedorismo. Os especialistas selecionados para participarem na Sondagem aos Especialistas Nacionais correspondem a diferentes tipos de stakeholders, de acordo com a sua reputação e referência profissional em 9 dimensões empresariais distintas: Apoio Financeiro, Políticas Governamentais, Programas Governamentais, Educação e Formação, Transferência de Investigação e Desenvolvimento (I&D), Infraestrutura Comercial e de Serviços, Abertura do Mercado, Acesso a Infraestruturas Físicas, Normas Sociais e Culturais.

A Sondagem aos Especialistas Nacionais é realizada através de um questionário padronizado, recorrendo a uma escala que varia entre 1 (um) e 9 (nove), sendo o nível 1 correspondente a “Totalmente falso” e o nível 9 correspondente a “Totalmente verdadeiro”. As afirmações presentes no questionário avaliam as condições nacionais que influenciam a atividade empreendedora em Angola, sendo que o nível 9 corresponde a uma avaliação favorável e o nível 1 corresponde a uma avaliação desfavorável por parte dos especialistas nacionais para cada condição estrutural analisada.


O que destacam os especialistas?

O que limita a atividade empreendedora em Angola?

  • Burocracia no licenciamento das empresas
  • Insuficiente poder de compra dos consumidores
  • Infraestruturas insuficientes e inadequadas
  • Mão-de-obra com formação adequada insuficiente
  • Falta de acesso a novas tecnologias
  • Dificuldade de acesso a financiamento
  • Elevada carga fiscal

O que favorece a atividade empreendedora em Angola?

  • População jovem (demografia em crescimento rápido)
  • Maior presença de incubadoras, aceleradoras e venture builders
  • Novas oportunidades oferecidas pelo digital
  • Apoio através de programas governamentais para algumas áreas (agricultura, pecuária, pescas e indústria transformadora)
  • Valores culturais que promovem resiliência e criatividade
  • População jovem com mais formação e experiência académica e profissional fora do país